Doem-me os pretéritos perfeitos e imperfeitos que me obrigas a usar
Foste
Eras
Dói-me o peito, que já não podes esfregar
Dói-me a garganta, que já não podes curar
Dói-me o coração, que já não podes acalentar
Doem-me os oOlhos, que já não podes secar
Dói-me o corpo, que já não podes agarrar
Dóis-me tu
Dóis-me não-tu
Dizes-me: Aí, onde estás, é temeroso?
Ou não é, simplesmente?
Ardem-me os pés de cansaço.
Tanto. Mas tanto.
Se estiver à beira do precipício
Importa que o tempo tenha descolado
Da superfície
E, aí,
Aí, o exercício de estar vivo é realmente o mesmo que estar morto
Tudo quanto tenho para te dizer
Já não o posso fazer
E escrever
escrever
torna-se
na ilusão de uma cura que
Nunca vem
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