domingo, 5 de janeiro de 2014

Aos ratos

Do desespero de ter algo para dizer e não saber.
Do desespero de ter de ter algo para dizer.
Do desespero de pisar o chão e saber que o piso.
Do desespero desta consciência que me arde e me estende morto-vivo na terra que, a seu tempo, me há de engolir. Mais morto do que vivo ou nem isso. Não sei.
Do desespero de não saber.
Do desespero do nada.
Do desespero da imensidão obscura do absoluto que é nada.
Do desespero desse espaço vazio. Do vazio em vão. Como tudo.
Do desespero das impossibilidades e das suas possibilidades absurdas.
Do desespero desse absurdo.
Do desespero de estar desesperada.
Do desespero que aquela terra, também a seu tempo, há-de silenciar.





- Dura, enquanto te podes. Dura muito, dura sempre, porque só duras enquanto te durares. -

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