terça-feira, 19 de março de 2013
As horas.
Nunca vi um olhar tão vago
Não era das condições adversas da iluminação.
Era mesmo o olhar
Vago
De horas que passam tão vagarosamente que não passam
Passam
Mas em passar que não passa
E que se atrasa
[Em passar]
Celeremente
Ininterruptamente
Perpetuando o que têm em si de passar e passando, não passam.
Arrastam-se
Sempre as mesmas horas a horas diferentes.
Já são horas?
Nunca são horas de serem horas.
São as horas das horas que são horas de horas passadas, presentes de não serem mais as horas de si mesmas
E o tempo que é das horas?
E as horas que são do tempo?
sssssssssssssssssegundos!
O tempo de ser tempo!
O tempo de ser invariavelmente [fim]!
O tempo enfermo e! o tempo efémero.
O tempo das horas ansiosas de chegar a lado nenhum.
O tempo de olhar as horas.
O tempo de querer horas que não são as horas de se querer.
São sempre horas que nunca são as horas de serem horas.
De tempos a tempos, horas.
A estupidez do tempo é que ele nunca envelhece.
Passa.
Apodrece[-nos]
O tempo não tem tempo.
Nós somos o tempo que o tempo tem
A angústia da podridão
Da finitude
A lembrança da ânsia de querer chegar
A lado nenhum....
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pá!, que coisa boa de se ler!*
ResponderEliminarpá!, que coisa boa de se ler!*
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